Teste à Barros Letal - Especial Chumbadinha

 

Hoje e ontem, em mar com péssimas condições, andei a fazer testes à novíssima Barros Letal. O Manuel Monteiro do Segredos de Pesca desenvolveu-a em colaboração com a Barros e numa primeira fase disponibilizou o video de apresentação aos alunos do curso Segredos de Pesca para que a pudessem encomendar antes de publicar e divulgar publicamente. Foi o meu caso, fui lá à Maresia em Loures buscá-la. 

Não deixo aqui o link do video mas se estiver online público quando lerem o post é uma questão de procurar no youtube Barros Letal Especial Chumbadinha Segredos de Pesca.

Para mim esta cana de 3 elementos, 4.2m e ação 40-130gr preenche mesmo um vazio entre dois tipos de cana que tenho: telescópicas de bóia e surfcasting. Até comprei uma telescópica de 5m com ação até 100gr de propósito para chumbadinha, pois tenho outra de 6m que tem ação 10-80gr. Isto das ações tem que se lhe diga. Mesmo com chumbadas abaixo do limite destas duas canas (ex: 40gr) sinto sempre que a cana dobra demais no lançamento por ter a ponteira muito flexível, assim como na recuperação de chumbadas mais pesadas no fundo. E as de surfcasting são demasiado rijas para chumbadas com menos de 80gr e além disso são pouco práticas para uma pesca móvel ou em fundos com muita pedra onde vai prender.

O spinning que comecei a fazer este verão começou a dar bons robalos e mesmo em pleno dia, desde que o mar estivesse pequeno. O problema é quando o mar cresce um bocadinho que seja. Quando abordo os meus pesqueiros preferidos basta estar um bocado maior e sinto que o spinning já não é aquela pesca perfeita porque não consigo fazer lançamentos suficientemente longos (comprei agora zagaia portuguesa e pingalins e vou testar isso) ou porque o mar está demasiado pesado.

A ideia para mim era conseguir ter formas de pesca que me permitissem abordar mares mais rijos perto da minha zona que é constituída por pesqueiros essencialmente rasos, pouco fundos e muito expostos a ondulação.

Com esta letal que é extremamente leve e portátil (3 segmentos) consigo, com um carreto pequeno (Daiwa Saltist 4000), pescar em pesqueiros mais rasos de cima de rochas que me permitem lançar para lá da rebentação com chumbadas de 40gr, 50gr, 80gr... Outro ponto é que estes pesqueiros têm muita pedra o que não favorece nada a mesma abordagem com montagens de surfcasting no meu entender. Vamos prender muito. Embora eu veja pessoal a fazer surcasting nestas praias, o mais comum é mesmo pescarem ao fundo. Mesmo com muita pontaria nos lançamentos basta a corrente fazer correr a chumbada e estamos lixados na hora da recuperação. A probabilidade de engatar alguma coisa numa pedra é enorme porque com chumbadas pesadas elas vêm a arrastar pelo fundo a recuperar da praia. 

Até agora fiquei muito satisfeito com os dois testes que fiz em dois pesqueiros muito diferentes. A cana é realmente muito boa, com óptimos acabamentos. Testei chumbadas de 40 a 80gr numa montagem simples de chumbadinha.

Como a cana é muito mais rija que as canas de bóia também penso que tenho menos prisões do que tinha porque na hora de levantar a chumbada do fundo e puxar com uma alavancada ela salta mais na vertical, de forma mais vigorosa. Em muitos lançamentos só perdi 2 anzóis e uma chumbada, sendo que um dos anzóis e chumbada foi azelhice minha ao recuperar (prendeu já cá fora da água lá em baixo). O certo é que antes eu tentava pescar nestes pesqueiros e eram prisões constantes e com a Letal não tenho, mesmo com mar muito grande consegui sacar a chumbada do fundo sem problemas.

No que respeita à pesca no pesqueiro mais raso, também fiquei satisfeito. Consegui ir para uma pedra e lançar para lá da rebentação com uma chumbada tipo torpedo de 80gr. Não senti que precisasse de montagem de surfcasting com chicote, o fio mono é um 0,28mm e até agora tem aguentado bem os lançamentos e o mar. 

A grande questão para mim é se este tipo de pesca pode dar resultados ou não. Há um problema constante que tenho observado: quando o mar fica maior (2m ou mais, períodos de 10s etc.) as águas têm estado sempre horríveis. Verde garrafão, areia levantada etc. Também, nesta fase pelo menos (final de setembro), os pesqueiros por aqui estão muito areados. Eu consigo pescar em fundões para cá da rebentação, mas tenho dúvidas que seja eficaz se há uma linha de rebentação forte lá à frente a levantar areia.

As opiniões dividem-se certamente. Quem percebe bastante de pesca tende a dizer que o peixe não vem para cá se não tiver passagem, canais... Mas por outro lado há pescadores que me parecem experientes a pescar nessas condições. Eu intuitivamente diria que o peixe pode passar nos intervalos dos sets. Noto que com períodos de 10 segundos ou mais há momentos de acalmia. Se eu fosse um predador talvez viesse procurar peixes pequenos retidos nesses fundões nas marés vazias e encurralados por não terem dimensão ou força para ir lá para fora e ficarem encostados nas "poças" e "lagos" que são limitados pelas areias e rochas.

Em qualquer caso, a verdade é que se for para pescar aqui nessas condições não tenho outra hipótese. Ou pesco ali com o mar assim ou não pesco (ou meto-me no carro e vou a Peniche, mas aí já é toda uma outra logística). A Letal é a cana que eu mais vou usar, talvez mais do que as de spinning, durante o inverno. 

O meu objectivo no próximo ano a nível de pesca é simplesmente adaptar-me o mais possível aos pesqueiros que tenho perto de casa e onde gosto de pescar.     




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