Quando está grande, trocar spinning por pião, bóia ou chumbadinha

Fiz um teste de 1h com mares grandes (2,5m, 8s) e águas tapadas na Aguda / Magoito, de dia, e acho que é para riscar. Fiquei numa lage na Aguda a lançar para um fundão mas acho que o robalo não passou a rebentação poderosa a levantar areia ao longo da costa. 

Hoje fui 1h também com mar que parecia mais calminho (apenas 1.5m e o mesmo período de 8s) na maré vazia e não deu. Tenho de me lembrar que de cá de cima parece sempre mais pequeno. Quando está assim é impossível lançar para lá da rebentação.

Pode ser uma conclusão demasiado preliminar mas vendo o meu Excel da Pesca e recordando a minha experiência deste verão, sinto que o spinning atinge o seu expoente máximo em pesqueiros rasos com muita pedra em mares pequenos ou mesmo muito pequenos que tenderão sempre a ter águas mais lusas, visto o mar estar mais pequeno.

Não defendo que de dia é melhor, apesar dos meus resultados. Falo nisso num post anterior: eu penso que tive resultados de dia e zero de noite porque pesquei de forma totalmente diferente de dia: mais longe no mar, mais em cima de rochas, mais com água pelos joelhos ou acima, mais confiante, com lançamentos mais intencionais para cima de zonas específicas próximas de rochas, por vezes até após confirmação visual de robalos ali, tudo coisas que de noite ou mares grandes não faço  (umas por inexperiência, outras porque são completamente impossíveis). Em condições ideais acho que posso recriar isso de madrugada ou anoitecer com alguma luz que me permita pescar assim e será o próximo passo.

Acredito que com mares muito mexidos e ondas grandes se possam tirar robalos. E que de noite também seja melhor por encostarem mais, faltando-me experiência para ter confiança de ir para pedras e lançar no escuro - já nem digo trabalhar um peixe grande e tirá-lo do mar no escuro... Mas quando me refiro ao spinning atingir o seu expoente máximo nestas condições é também pelo tipo de pesca e desafio que se tem. Nas marés vazias nestes sítios é uma pesca de explorar, andar pelas rochas, apontar os lançamentos, procurar o melhor equilíbrio entre atração do peixe e engano. Dá confirmações visuais de exemplares - mesmo que não mordam, acho que é emocionante vê-los e ver o seu comportamento e a adrenalina da aproximação. O engano torna-se o maior objectivo. O pesqueiro é um puzzle de rochas, caneiros, fundões, que também são bonitos cheios de percebes, mexilhão, lapas, anémonas e bicharada diversa, que só se revela com marés mais vazias. Gosto de ficar imerso naquele ecossistema e não dou o meu tempo por perdido. E vendo o meu histórico, foi sempre quando tive sucesso. Claro que vou experimentar outras condições mas tenho pelo menos de conseguir pescar nelas.

Posto isto, concluo que em teoria a pesca que melhor complementará o spinning para mim em termos de rotina será algo que se possa praticar com mar maior, feito a partir de rochas mais altas em zonas mais fundas, ali pela zona do cabo da roca. O problema é mesmo encontrar um pesqueiro onde me sinta confortável. É complicado encontrar sítios onde possa combinar altura suficiente para não ser atingido por uma onda, que sejam seguros e de fácil acesso. Quando digo fácil, não me importo nada de andar, subir, descer, pois complementa os meus treinos para as corridas. O que não quero é fazer uma espécie de escalada e correr riscos. Ah, e que sejam confortáveis no sentido de eu me conseguir mexer. Acho que vou de uma forma quase obsessiva percorrer o mais possível a costa toda do Farol do Cabo da roca para sul. Há pesqueiros de que o pessoal fala que eu vejo no google maps e não entendo como é que lá conseguem chegar sem uma boa dose de alpinismo que dispenso.

Em Peniche conhecia muitos e eram mais seguros e de fácil acesso. Alguns até um muro tinham. Aqui talvez com companhia de alguém que conheça os sítios e seja atinado com a segurança.



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